Os casos prováveis de dengue subiram 184,6% (1.362.125) em comparação com o ano passado (478.574), assim como os óbitos, que registraram aumento de 290,1%: foram 909 em 2022, frente a 233 em 2021. O panorama da chikungunya também teve um crescimento maior no total de mortes. Foram 76 neste ano contra 14 até outubro de 2021, aumento de 442%. Já em relação à zika, apesar de não haver óbitos neste ano, o percentual de casos cresceu 98,8% em 2022: foram 10.501, frente a 5.421 no ano passado.
Os números foram divulgados pelo Ministério da Saúde, que lançou nesta quinta-feira (20) a Campanha Nacional de Combate ao Aedes aegypti, com o tema “Todo dia é dia de combater o mosquito”. O mosquito Aedes é o responsável pela transmissão de dengue, zika e chikungunya.
“Alguns fatores podem ter contribuído para esse aumento. As condições ambientais favoráveis, fundamentalmente acúmulo de água, altas temperaturas, moradias inadequadas, grande número de pessoas suscetíveis às doenças e à mudança no sorotipo circulante, obviamente, interferem na transmissibilidade”, explica o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros.
O Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRA) apontou que os principais depósitos do mosquito são os móveis, como barris e depósitos de barro, seguido por pneus e lixo.
Ações de combate ao mosquito
Segundo o Ministério da Saúde, diversas frentes de atuação foram desenvolvidas no combate ao mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Entre as principais, estão a instalação de Salas de Situação, entre maio e junho deste ano, em resposta ao aumento do número de casos; proposta de atualização da gestão de insumos estratégicos usados para controle do Aedes; e a elaboração do Plano Nacional de Contingência para Emergência por dengue, zika e chikungunya.
No lançamento da campanha, o diretor do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Hisham Hamida, chamou atenção para a participação ativa da população no combate ao mosquito.
“O mosquito vem se adaptando. Antes só falávamos de dengue, e passamos a falar de zika e chikungunya. Nós também temos de nos adaptar e mudar os métodos de enfrentamento e combate. Gosto de frisar a responsabilidade que a população tem sobre isso. Não adianta fazer campanha se não tivermos a conscientização do combate no dia a dia. Lá na ponta, no meu quintal, levar para as escolas, crescer com a cultura do enfrentamento para que possamos superar”, disse.
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Reportagem: Thiago Marcolini /// Edição: Katrine Tokarski Boaventura >>> AGÊNCIA BRASIL 61