Uma viagem com paisagens de tirar o fôlego. Em 14 dias de viagem em janeiro de 2024, o pai, Silvio Henrique Mendes, pastor no Ministério o Caminho, e o filho, Enzo Buss Mendes, de 15 anos e estudante, percorreram 6.200 quilômetros, saindo de Assis Chateaubriand (PR) com destino ao San Pedro de Atacama, no Chile. Tudo esse caminho foi feito em uma VW Brasília ano 76, proporcionando uma grande aventura aos dois viajantes.
Viajar ao Chile era um sonho antigo do Silvio. “Queria muito conhecer a Argentina e, principalmente, o deserto do Atacama, no Chile. Anos atrás, meu irmão foi para o Atacama de moto e trouxe muitas fotos lindas. Eu queria conhecer o deserto e também a Cordilheira dos Andes, pois são paisagens muito diferentes do Brasil”, detalha o pastor Silvio Henrique Mendes, que é irmão do delegado André Mendes, que trabalhou recentemente em Assis Chateaubriand.
A preparação para a viagem durou cerca de seis meses. Os últimos 60 dias antes de pegar a estrada foram os mais intensos. Nesse período, Silvio definiu o roteiro de viagem, revisou a parte mecânica e elétrica da Brasília, além de colocar pneus novos, bancos mais confortáveis que os originais, além de outros detalhes no carro. Foi a hora de atualizar a carteira de identidade e providenciar equipamentos que são obrigatórios na Argentina, como extintor, dois triângulos, kit de primeiros socorros, e outros, além de fazer seguros para o carro, como a Carta Verde e Soapex.
Apaixonado por carros antigos, o Silvio é também Youtuber, com o canal Pé Vermelho Carros, onde já postou vários vídeos sobre a viagem. Na hora de escolher o veículo para a viagem, o amor pela Brasília 76 falou mais alto. “Eu tenho uma paixão pela VW Brasília; foi o primeiro carro que o meu pai comprou quando eu tinha 10 anos de idade. Poderia ir com o meu Monza, mas é um carro muito ‘moderno’ e a aventura não seria a mesma. Poderia ir com o Fusca, mas o motor é 1.300 e acho ele meio lerdo, além de menos espaço interno que a Brasília. Enfim, fui com a Brasília, pois tem a questão da nostalgia, fazendo me lembrar as primeiras viagens que eu fazia com meu pai”, lembra o Silvio.
A dupla viajante enfrentou alguns perrengues. Silvio conta que o maior problema foi quando deu problema no alternador no segundo dia de viagem, não carregando mais a bateria. “Era um fim da tarde de sábado e estávamos próximos à cidade de Resistência. Um argentino gente boa, Ignacio Jose Botta, parou e nos guiou até o centro da cidade onde havia hotéis. Na segunda-feira de manhã, ele veio e nos levou até uma autoelétrica de um amigo dele. O alternador foi arrumado a um custo de R$ 320,00. Atrasou um dia a nossa viagem. Outros perrengues que enfrentamos foi com o velocímetro que parou de funcionar no primeiro dia de viagem; o fluído de freio vazou; na trepidação, a mangueira afrouxou; o capô dianteiro começou a abrir sozinho quando a estrada era ruim e trepidava. Tivemos que amarrar o capô”, enumera Silvio. “Graças a Deus, a viagem foi tranquila. Não tivemos nem um pneu furado, não tivemos nenhum risco de acidente. Foi tudo muito bem”, assegura o pastor.
O chateaubriandense conta que a viagem valeu muito a pena. “Vivemos novas experiências e fica marcado na nossa memória as paisagens maravilhosas que Deus criou. É enriquecedor conhecer um pouco da cultura da Argentina e do Chile”, assegura. Muitas paisagens foram marcantes durante o caminho. “Purmamarca é uma cidadezinha argentina muito charmosa no meio das montanhas. El Hornocal – Cerro de 14 cores, muito lindo. Uma lagoa linda nas Lagunas Altiplanicas. O Vale de La Luna (no Chile) cuja paisagem parece ser outro planeta; parece que você está na lua ou em marte. Divertimos-nos muito na lendária Ruta 40, a maior estrada da Argentina. A rodovia mais bonita que dirigi foi a Ruta 68, de Salta até Cafayate, que tem lugares parecidos com o Grand Canyon dos EUA. Outra coisa que marcou foi um lugar que vistamos, onde chove somente 165 milímetros por ano”, detalha Silvio.
A viagem ficará marcada para sempre na memória do Silvio. “Foi uma experiência inesquecível poder viajar com o meu filho, rodar 6.200 quilômetros num carro antigo. Pegamos calor de 39 graus nas retas infindáveis do Chaco Argentino. Vimos desertos, sentimos no rosto o vento forte do Atacama; conhecemos salares, montanhas e paisagens de tirar o fôlego. Surpreendemos-nos como fomos tratados bem pelos Argentinos. É maravilhoso viajar, mas é muito bom voltar para o nosso país, para a nossa terra vermelha, para a nossa cultura, para o nosso idioma, onde temos nossa família e nossos amigos. Se puder viajar, viaje! Você vai aprender muito, vai ficar maravilhado com as paisagens diversas que Deus criou. Você vai formar ótimas memórias. Vai voltar mais animado e também mais humilde”, finaliza Silvio.
Durante a viagem, com hospedagem, alimentação e gasolina, a dupla gastou cerca de R$ 10.500. Depois do Chile, Silvio já planeja outras expedições. Dois lugares já estão na lista: Patagônia, descendo bem ao sul, até Ushuaia, sendo uns 10 mil quilômetros de ida e volta. Outro destino poderá ser o Peru.
Fonte: Alto Falante Noticias