Seca extrema afeta distribuição de água em duas cidades do Paraná

A seca extrema, considerada a estiagem mais severa em 70 anos no Brasil, afetou a distribuição de água em dois municípios paranaenses: Goioerê, no oeste, e Marialva, no norte. Atualmente, o abastecimento de Goioerê opera pelo sistema de rodízio, de acordo com a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), que administra o sistema municipal.

A Sanepar é responsável pelo abastecimento de 346 municípios paranaenses (86,7%), além de Porto União, em Santa Catarina. Somente Paranaguá é gerida por uma empresa privada, enquanto as demais cidades do estado têm a distribuição de água coordenada pelas próprias prefeituras, incluindo Marialva.

Até a primeira metade de novembro, a cidade está sob decreto de situação de emergência hídrica e com o racionamento de água. A medida tem como intuito evitar a falta de água. “Apesar dos esforços realizados na perfuração de novos poços, infelizmente, foi necessária esta medida, para evitar que a estiagem provoque falta de água severa”, explica o superintendente do Serviço de Água e Esgoto de Marialva (SAEMA), João Vitor Pimentel.

Racionamento de água

De acordo com o decreto municipal, o racionamento de água irá afetar todas as regiões da cidade e cada bairro poderá ficar até seis horas por dias sem o abastecimento de água enquanto a situação de emergência estiver válida.

Os locais e os dias de racionamento devem ser divulgados previamente pela Prefeitura por meio do site oficial. Nesse período, está proibida a venda de água potável e bruta por caminhões pipa, com exceção dos casos considerados urgentes ou emergenciais.

Denúncias e descumprimento do decreto

Os funcionários SAEMA e os guardas municipais efetivos foram investidos com o poder de polícia e de fiscalização do município. Durante o estado de emergência, somente os servidores do SAEMA poderão captar água em poços semi artesianos e artesãos de particulares para distribuir água à população.

Os moradores que desperdiçarem água serão advertidos e, em caso de reincidência, serão multados. Denúncias da má utilização dos recursos hídricos podem ser realizadas via Whatsapp (44) 3232-6853, via telefone da Guarda Municipal (44) 3090-6099 ou via plantão SAEMA (44) 99104-6446.

Brasil enfrenta pior estiagem dos últimos 70 anos

 

O Brasil tem a pior seca em 70 anos. Desde 1950, não se registrava uma situação tão grave no país, segundo o Cemaden, Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Foram avaliados dados de 1950 a 2024 utilizando o Índice de Precipitação Padronizado de Evapotranspiração.

Segundo esse centro de monitoramento, a ferramenta que é utilizada para medir e monitorar a seca, leva em conta a quantidade de chuva que cai e a quantidade de água que se perde por evaporação e transpiração das plantas.

O boletim de monitoramento de agosto aponta 3.978 municípios com algum grau de seca, sendo que 201, em condição de seca extrema. A previsão é de que o número suba para 4.583, com 232 em seca severa agora em setembro.

E a situação pode se agravar já que a previsão é de atraso no início da estação chuvosa.

Em agosto, 45 foram classificadas na condição de seca extrema e 161 com seca severa, a maior parte está localizada nas regiões Norte e Centro-Oeste.

O número de dias secos consecutivos, que ultrapassou 120, em 2024 em muitas regiões, também pode causar impactos na agropecuária, principalmente nas safras de milho e feijão.

No ano passado, cerca de 30% dos municípios brasileiros apresentaram ao menos um mês de condição de seca severa, extrema ou excepcional.

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